Antonio Malta Campos (São Paulo, 1961) é pintor, gravador e desenhista. Iniciou sua trajetória artística ainda na escola, desenhando suas próprias histórias em quadrinhos. Em meados dos anos 1980, passou a explorar a pintura, linguagem que vem trabalhando sistematicamente desde então. Com formação em arquitetura pela FAU-USP, é uma figura marcante da célebre Geração 80. 

Malta Campos explora possibilidades livres da forma e da cor, principalmente no suporte da pintura – seja na aquarela, seja empregando a tinta a óleo. O desenho, contudo, atravessa toda a sua produção, estabelecendo diálogo com a colagem e a gravura em suas pesquisas. O artista explora os limites do conforto visual, especialmente quando se trata das distinções entre o abstrato e o figurativo. Os tamanhos com que trabalha são igualmente variados, uma vez que sua pesquisa inclui pequenos estudos que, posteriormente, podem ser transpostos para dimensões maiores, em escalas até monumentais. Esse corpo de esboços, chamado de “Misturinhas”, atravessa toda sua carreira. Uma seleção dessa produção contínua de pequenos formatos foi exibida na 32ª Bienal de São Paulo, em 2016, ao lado de grandes pinturas a óleo. São traços desinibidos de lápis ou nanquim, com recortes, colagens, adesivos, acrílica e óleo, com uma variedade infinita de composições que revelam universos a serem explorados. 

Já suas formas e paisagens são uma exibição cromática com anamorfismos e distorções que parecem ser autônomas, independentes de si dentro do plano. Concilia em seu repertório visual a tradição da pintura a óleo com toques de gráficos, utilizando elementos ora figurativos, ora abstratos, além de imagens extraídas da história da arte, da cultura de massa e de seu entorno cotidiano no ateliê. É um artista que consegue criar texturas diversas por meio de diferentes técnicas, enquanto suas formas partem de um vasto leque de repertório filosófico, literário e plástico. Além disso, sua produção tem sempre um olhar direcionado para referências da arte moderna, principalmente nomes como Pablo Picasso, Georges Braque, Paul Klee, Joan Miró, Maria Martins e Burle Marx. 

Entre as exposições individuais destacam-se “Entre luz e sombras: a poética de Antonio Malta Campos” (2024) Espaço Cultural BRDE - Palacete dos Leões, Curitiba; “Longevida” (2022), Simões de Assis, Curitiba; “Antonio Malta Campos” (2017), F2 Galeria, Madri. Entre diversas mostras coletivas, participou da “Uma mão lava a outra” (2022), Olhão, São Paulo; “33ª Bienal de São Paulo” (2018); “32ª Bienal de São Paulo” (2016); e “Pangaea” (2014), Saatchi Gallery, Londres; “Antonio Malta e Erika Verzutti” (2012), Centro Cultural São Paulo; entre outras. Suas obras integram relevantes coleções como Museu de Arte do Rio - MAR, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Pinacoteca do Estado de São Paulo; José Olympio Pereira, São Paulo; Olor Visual, Barcelona e Saatchi Collection, Londres.